quinta-feira, 6 de julho de 2017

A importância de ser dador

Há alguns anos, estava a passear em Espinho e deparei com uma grande tenda de campanha na esplanada junto à praia da Baía. Estavam a fazer recolha de sangue e medula. A ideia de ser dadora já me andava na cabeça há algum tempo e cresceu ainda mais quando engravidei do Dé. A possibilidade de a concretizar estava mesmo à minha frente e não hesitei. O H. foi dar um passeio com o Dé e eu fiquei na fila de espera para finalmente me tornar dadora de sangue. Ao mesmo tempo que estava a fazer a doação perguntaram-me se queria ficar registada também como dadora de medula. Não custava nada, era só tirar um pouco mais de sangue para outro frasquinho e já estava... Acedi prontamente e não voltei a pensar no assunto.
Ao longo dos anos fui fazendo as minhas dádivas de sangue, até ter engravidado da Nô. Aí tive que parar e durante a amamentação também. Por força de outros acontecimentos ainda não pude voltar às dádivas de sangue (com muita pena minha).
Há umas semanas fui relembrada do registo que tinha feito como dadora de medula. Depois de mais de dez anos fui contactada pelo centro de histocompatibilidade do Norte, com um telefonema que me deixou em pulgas.
Havia a possibilidade de ser compatível com alguém que precisava de um transplante de medula.
Quando o Dr. João Mota me perguntou se ainda estava disponível como dadora, nem pensei, disse logo que sim.
Havia em mim um misto de receio e esperança. Com tanta coisa negra à minha volta, era uma luz que se acendia com a possibilidade de poder ajudar alguém, uma pessoa que eu não conhecia.
E só me vinha à cabeça a ideia de que se fosse um filho meu, o meu marido, os meus pais, o meu irmão... eu quereria muito que se houvesse alguém que pudesse ajudar o fizesse sem olhar para trás, como eu estava a fazer.
Combinei com o Dr. João Mota ir ao Hospital de S. João na semana seguinte para fazermos a análise de confirmação de compatibilidade. O H. acompanhou-me e no dia e hora combinadas lá me apresentei com muita esperança de que a compatibilidade fosse confirmada e que realmente pudesse fazer a diferença na vida de um desconhecido.
Fui muito bem recebida e explicaram-me todo o processo, que ainda seria moroso, acima de tudo porque quem precisa de receber tem que estar nas condições certas e quem dá tem a sorte de poder esperar. Quando íamos tratar da parte burocrática do processo levei com um balde de água gelada: o processo teve que parar pois o receptor não conseguiria aguentar até ao fim do processo.
Agradecerem-me toda a disponibilidade e perguntaram-me se poderiam voltar a contar comigo se fosse necessário. Claro que disse que sim!
Fiquei desapontada, não o posso esconder, não por mim, mas pela pessoa que não consegui ajudar, no entanto continuo e continuarei, enquanto for possível, disponível para ser dadora de medula.
Enquanto isso estou a aguardar a possibilidade de voltar a dar sangue. Não vejo a hora!

Doar sangue é doar vida! Dê sangue. Não custa nada.


domingo, 18 de junho de 2017

De volta...



O blog esteve parado umas semanas. Sabem os meus amigos mais chegados que não têm sido tempos fáceis…
Há um turbilhão de sentimentos, sensações que se mesclaram e tornaram a minha existência cinzenta.
Estou triste, tenho andado triste e por isso não tenho escrito, porque gosto de contagiar os que gastam um pouco do seu tempo a ler o que escrevo com coisas alegres, coisas boas, sentido de humor.
Mas a vida real não é sempre assim, tem espinhos dolorosos, incontornáveis … e por isso deixei de escrever.
Na vida, tal como no tempo, a tempestade vai-se dissipando e o céu cinzento e carregado dá lugar a abertas em que se vislumbra o azul clarinho e o amarelo do sol.
E por isso regressei😄


domingo, 19 de março de 2017

E poque hoje é Dia do Pai...

... e o Dé não teve jogo porque terminamos a primeira fase de jogos, houve um tempinho livre para fazer uma sobremesa especial. À base de fruta porque já iniciamos o plano de reeducação alimentar e não podemos entrar em loucuras.
Aqui ficam as minhas rosas folhadas de maçã 🌹🍎



Feliz Dia do Pai

Mais vale tarde que nunca... Um dia muito feliz para todos os pais em particular para o meu pai, para o meu marido e para o meu sogro!


sexta-feira, 17 de março de 2017

A minha luta contra o excesso de peso #4

Quando não conseguimos atingir um objectivo sozinhos deveremos ser humildes o suficiente para o admitir e, se houver possibilidade para isso, pedir ajuda.
É o que me está a acontecer na minha luta contra o excesso de peso de que tenho vindo a falar. Por mais que tente, o sacana do ponteiro da balança teima em não sair do sítio.
Assim, e porque me conheço e sei que preciso de alguém que me chame à razão quando estou prestes  a descarrilar (sim! admito que tenho que ter alguém que me puxe as orelhas em caso de erro. Preciso de sentir que tenho que prestar contas a alguém...mesmo quando a única beneficiada em não errar sou eu) mais logo vou a uma consulta de nutrição com a Dra. Ana, que ainda não conheço, mas deposito desde já nela a esperança de daqui por uns meses estar sem os kgs a mais que me andam a atormentar.
Vou postando aqui os resultados das minhas consultas futuras com ela...

Ah! e decidi começar a treinar para correr uma prova de 10 km. Não sei quando, mas quando encasqueto algo na cabeça, dificilmente sossego até a ter cumprido pelo que espero poder ir dando novidades sobre os treinos e sobre o resultado da prova, quando a cumprir. Vamos lá ver !!!



quinta-feira, 16 de março de 2017

A cadência dos dias que correm...

Conforme já tive oportunidade de escrever logo no início deste blog, a minha vida é igual à de tantas mulheres.
Os dias vão passando dentro da mesma rotina, do mesmo ram-ram e quando damos por conta já estamos nos 40, com filhos adolescentes, que têm a mania que sabem mais do que os pais e a quem temos que ir ensinando que há coisas em que até podem saber mais do que nós, mas a nossa experiência ainda tem muito para lhes ensinar e eles têm que ter a humildade de aceitar (difícil nesta fase) que ainda têm muito que aprender.
Mas como ia dizendo, a vida vai tendo sempre a mesma cadência: levantar cedo, acordar os miúdos, fazer o pequeno-almoço e lanches, sair para trabalhar, deixar a miúda na ama (o miúdo fica a cargo do pai que entretanto já saiu mais cedo com ele para levar à escola), chegar a casa a correr para fazer o almoço, voltar a sair a voar para trabalhar, ir buscar os miúdos a casa dos avós a mais nova (a avó entretanto já a foi buscar à ama) e ao centro de estudos o mais velho, chegar a casa, dar lanche, arrumar os quartos e a cozinha que ficaram em pantanas, arranjar qualquer coisa para o jantar, dar banho à mais nova que o mais velho já trata de si mesmo sozinho, jantar, arrumar a cozinha outra vez, arranjar as coisas para o dia seguinte, tratar das roupas nos dias em que é caso disso😫
Nos dias em que o Dé tem treino a miúda fica com os avós e, como tanto eu como o H tomamos a nosso cargo a direcção do grupo a que a equipa do Dé pertence, vamos para o campo para resolver o que é preciso (confesso que ultimamente, nos dias de treino deixo o H no campo com outros directores e vou dar uma caminhada com mais uma ou duas companheiras).
Quando chega o fim de semana e há vontade de parar um pouco o ritmo frenético da semana, ficamos-nos só pela vontade mesmo... Sábado de manhã há catequese para o Dé, à tarde há que fazer limpezas à casa, lavam-se e estendem-se máquinas e máquinas de roupa... Vem o Domingo que começa logo cedo com jogo de futebol da equipa do Dé e à tarde passa-se roupa a ferro e quando dá brinca-se um pouquinho com os miúdos.
Se gostava de ter mais tempo livre para passar com o meu marido e com os meus filhos? Adorava!
Mas é esta a cadência dos meus dias que passam a voar e em que praticamente não há tempo para respirar pois ando sempre em contra-relógio, no entanto posso afirmar com toda a certeza que sou feliz 😊